Com a primavera a todo vapor, é hora de brilhar na ilha de São Miguel, provando como ela ganhou o apelido de Ilha Verde. Localizada no meio do Oceano Atlântico, o seu isolamento ajudou a manter a singularidade da ilha, abrigando 56 espécies indígenas e centenas de plantas endémicas. Com o seu solo vulcânico fértil e clima ameno, é o habitat perfeito para todas as coisas verdes crescerem e prosperarem, tornando esta ilha uma das mais ricas em biodiversidade da Europa.

É um passeio perfeito pela ilha de São Miguel, com estradas rodeadas por um rosa brilhante das Azáleas e com manchas brancas devidos aos jarros. Ao longo da estrada também existem hortênsias que trazem tons suaves de azul, branco e roxo no verão.
As hortênsias são predominantemente utilizadas como separadores de propriedade pelos agricultores locais que cultivam esta flor de pouca manutenção à volta dos seus campos, como pode ser visto especialmente na área das Sete Cidades. O uso de bambus, juncos gigantes e camélias também é comum e utilizado para criar bordas, além de atuar como robustos quebra-ventos para proteger plantações, vinhedos e fruticulturas dos fortes ventos salgados. Árvores e plantas ornamentais como Buganvílias, Sanguinho, Hibiscos e plantas suculentas com flores como Aloe, adicionam cor e personalidade a muitas casas açorianas.

Vales e encostas íngremes são cobertos por um tapete de conteiras, cujas belas e perfumadas flores são perigosas para a paisagem açoriana. Difícil de matar e com sementes levadas pelo vento, espalhou-se como um incêndio por toda a ilha, tornando-se uma das plantas mais invasoras da região, colocando em risco a subsistência de plantas nativas e colocando em risco a biodiversidade. Outra planta de aparência inocente, mas invasiva, é a ipomea roxa, que quando deixada sem controlo, transforma-se numa vegetação rasteira densa comum em áreas rurais, sufocando qualquer planta ao seu redor.

Felizmente, existem várias Áreas Protegidas ao redor da ilha que estão bem protegidas pelos esforços locais, permitindo aos amantes da natureza passear pelas florestas repletas de plantas e árvores endémicas, como a Floresta Laurisilva no nordeste da ilha. Este tipo de floresta era anteriormente comum em toda a Europa, no entanto, foi eliminado por mudanças climáticas drásticas durante a Idade do Gelo, deixando a única Floresta Laurissilva sobrevivente a crescer na região da Macaronésia. Por estar geograficamente isolada, com leves aguaceiros diários, alta humidade e insolação, a Floresta Laurissilva tem tido as condições ambientais adequadas para resistir ao teste do tempo e abriga várias espécies ameaçadas de extinção. Com uma variedade de árvores formado pelo Loureiro, Cedro-do-Mato Açoriano, Mirtilo dos Açores e Cereja dos Açores, diferentes espécies de musgos, fetos e arbustos perenes de Azevinho dos Açores, Sanguinho e Hera dos Açores, é realmente como voltar no tempo enquanto passeia por essas florestas.
Um cenário comum no Nordeste da região são as densas florestas de Critomeria Japonesa, cultivadas aqui para a produção de madeira serrada, assim como a eventual árvore de Acácia que é usada localmente para lenha e aquecimento.

Ao longo dos séculos, vários proprietários tiveram grande orgulho e alegria nos seus próprios jardins privados e através dessa paixão pela botânica e competição de vizinhos, eles viajaram até os confins da terra trazendo para casa árvores exóticas, plantas e flores tropicais. Hoje, alguns desses jardins botânicos são abertos ao público, onde pode passear por viveiros sensacionais.
Surpreendentemente, dois destes jardins botânicos, o jardim António Borges e o jardim José do Canto, situam-se no centro da cidade de Ponta Delgada, ambos com um paisagismo único de grutas artificiais, lagos de nenúfares e contam com uma das maiores colecções da cidade de Ponta Delgada com plantas vivas da Europa que valem bem a sua visita. Outros jardins botânicos excepcionais encontram-se em Furnas, incluindo o Parque Terrra Nostra e o encantador Jardim Florestal de José do Canto.

Se é um simples amante da natureza como eu ou tem um polegar verde, a primavera é a melhor época do ano para explorar, desfrutar e aprender mais sobre o mundo em que vivemos, observando de mais perto todos os diferentes tons de verde que temos à volta da fascinante Ilha de São Miguel.